A 2ª Bienal de Joalharia Contemporânea de Lisboa procura refletir sobre a forma como as joias expressam e representam o político e poder. O tema em concreto “Joias Políticas. Joias de Poder” abrange essas duas dimensões e o título “Madrugada”, inspira-se no poema de Sophia de Mello Breyner Andersen. 


O título geral da Bienal é também o título escolhido para a exposição e para colóquio, à semelhança do que aconteceu em 2021. Com este título “Madrugada”, quisemos por o foco na utopia possível, procurando recuperar a emoção dos primeiros dias da liberdade em 1974, mas não esquecemos a dura realidade do presente. Questionamos onde se expressa hoje a utopia, a ideologia, a política e a sua perceção pelos artistas. De que forma organizamos hoje o nosso mundo, que sabemos multipolar e interconectado, mas onde também se descobrem novas linhas de rutura e o fim de consensos que pareciam inabaláveis? A intuição do fim de uma época é gritante, mas quem terá uma visão clara do que se está a construir?

A exposição “Madrugada” pretende mostrar a vitalidade da expressão política da joalharia artística contemporânea, fazendo através de visões transgeracionais, transculturais, trans-espécies, revelando diversos entendimentos, numa abordagem compreensiva do que é a joalharia atual, pensando o adorno como um gesto político. No colóquio procuraremos pensar e debater esses e outros aspetos de ligação entre a joia e o político, o poder e a “policy”, em contextos e geografias diversas.

Dando continuidade a uma das linhas orientadoras da 1ª Bienal, será também apresentada uma exposição retrospetiva da obra de um artista português, no caso, a da Teresa Milheiro, com o sugestivo título “1984” data que é também a do início do seu percurso na joalharia.

As exposições “Tiaras contemporâneas” e “Joias para a Democracia” exploram diferentes formas de ligação da joias com o poder, no Museu do Tesouro Real, mostrando tiaras contemporâneas em contraste com a coleção das joias da coroa portuguesa e homenageando mulheres que se destacaram na luta pela democracia ou contra a ditadura.

Mais uma vez as escolas estão também em evidência com o encontro de várias escolas europeias no Arco – Centro de Arte e Comunicação Visual onde os alunos também irão expor os seus trabalhos. Outras exposições de alunos de escolas membros da PIN - António Arroio, Cindor, Algures e Atelier Mourão - acontecerem em diversos locais de Lisboa, tal como as exposições organizadas por coletivos de artistas que se apresentam como “eventos paralelos”.

As galerias internacionais têm o seu espaço também, num Jewellery Room de 3 dias que acontece no Museu da FRESS, nas Portas do Sol, ao Castelo. No mesmo local estará situado o pop-up da PIN e o ponto de informação da Bienal entre 24 e 30 de junho.