II edição da Bienal Internacional de Joalharia Contemporânea de Lisboa, realiza-se entre abril e setembro em 2024, com o tema: “Joias políticas. Joias de poder” e o título Madrugada, inspirado no famoso poema de Sophia de Melo Breyner (em inglês, Daybreak).

Em Abril de 2024 celebram-se 50 anos a revolução do 25 de Abril. Os valores da democracia, liberdade e igualdade, que foram o mote da mudança de regime em Portugal, estão outra vez ameaçados em todo o mundo. Estamos a viver tempos sombrios em que os extremismos políticos e religiosos ameaçam não só as democracias, mas a paz mundial. As celebrações dos 50 anos do 25 de Abril são um evento fulcral na vida portuguesa dos próximos dois anos, mas podem ser também um momento de reflexão sobre o contexto global. A joalharia tem, desde sempre, uma ligação próxima com o poder. Seja o poder monetário, espiritual ou político, as joias foram e são representações simbólicas dessas manifestações – do ouro popular, que arrecada as poupanças ou dotes em forma de joias, ao anel papal e aos anéis de brasão, condecorações, tiaras e coroas reais. Existe também, na joalharia contemporânea, um corpo de trabalho em que os autores manifestam posições, reflexões e comentários de índole política sobre os mais diversos assuntos – questionar o sistema financeiro, problematizar temas raciais, afirmar posições feministas, denunciar massacres ou ironizar sobre o consumo excessivo, tudo pode ser tema para uma joia entendida como manifestação artística. A arte em liberdade e a possibilidade de expressão política crítica serão dois dos temas centrais para a reflexão. Este será o foco da exposição central da II Bienal de Joalharia Contemporânea de Lisboa, também com o título "Madrugada", a  acontecer no MUDE, entre junho e setembro de 2024.

A par da exposição haverá também um colóquio internacional subordinado ao tema, a realizar no auditório do Museu do Tesouro Real, bem como duas exposições no mesmo Museu: “Tiaras Contemporâneas” em diálogo com a coleção do Museu e o projeto “Joias para a Democracia” criando joias para homenagear mulheres que tiveram um papel significativo nas conquistas da democracia em Portugal e noutras zonas do mundo.

A Bienal convida ainda a artista portuguesa Teresa Milheiro cuja obra estabelece uma relação com o contexto para uma exposição retrospetiva. Serão também apresentadas exposições tangenciais à programação da Bienal em diversos espaços culturais, exposições que serão subordinadas ao tema geral da Bienal e incluídas na programação, enriquecendo a mostra.

O Departamento de Joalharia do Ar.Co, o Cindor e a Escola Artística António Arroio desenvolverão com os alunos projetos sobre o tema da Bienal ao longo do ano letivo 2023-2024, apresentando uma mostra dos resultados. Este convite será extensivo a outras escolas internacionais que por também integrarão a Bienal.  Estão também previstas Masterclasses com artistas internacionais de renome e momentos de debate, palestras e visitas guiadas. Será privilegiada a partilha de experiências de diversas gerações de artistas e com artistas de países que tenham também a experiência de transições democráticas.

Consideramos que não deverá ser perdida a oportunidade da Bienal refletir sobre aquele que será certamente um dos grandes temas da sociedade portuguesa no final de 2024 e queremos fazê-lo num espírito de celebração, invocando a esperança que “Madrugada” sugere, esperança tão necessária nos dias escuros que vivemos.

A Revolução dos Cravos é o momento fundador da democracia e do país moderno, europeísta, em que nos tornámos. É também um símbolo de transformação, utopia e festa, para todos os que viveram essa “límpida madrugada”. É a data que revisitamos sempre para pensar os sucessos e os fracassos dos últimos anos, e que pode continuar a ser invocada para os debates mais atuais, seja sobre a descolonização ou as novas guerras, as reais e as políticas, num momento que que a tensão entre democracia e autoritarismo volta a estar, talvez mais do que nunca, na ordem do dia e a paz volta a ser ameaçada.

A 2a Bienal de Joalharia é, pois, um evento que procurará refletir sobre a forma como as joias expressam e representam o político e o poder... inspirado no momento histórico que se vive em 2024 e a importância da democracia e seus direitos.


EQUIPA

Marta Costa Reis | Curadoria geral e direção artística


Eugénia Quartin | Produção, orçamento


Catarina Silva | Escolas


Áurea Praga | Design (apoio)


Carlota Burnay | Comunicação


Carlota Brogueira | Meios digitais


Carlos Silva | Eventos paralelos e Jewellery Room (com Isabella Perillo)


Sónia Brum | Voluntários


Patrícia Domingues | Curadoria Colóquio e Exposição Madrugada


Mónica Gaspar | Curadoria Colóquio e Exposição Madrugada


Ursa* | Serviço Educativo


Studio Pluto | Design Gráfico


ATE – Contabilidade e Formação | Contabilidade


AMIGOS DA BIENAL

Adriano Campos

Zélia Nobre Carré

Mariana Aires Mateus

Manuel Sebastião

João Costa Reis

CINDOR - Centro de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e Relojoaria

Joana Quadros


SOBRE A PIN

website

Fundada em 2004, PIN surge da comunidade de joalheiros contemporâneos portugueses que, há muito tempo, ansiava por uma associação onde se pudessem criar projetos, desenvolver intercâmbios e lançar novas plataformas para uma disciplina que cada vez mais convoca o encontro com outras artes. Muitas das pessoas que dedicam a sua vida à joalharia, ao seu estudo e ao seu ensino estão presentes na PIN - Associação Portuguesa de Joalharia Contemporânea.


Como associação cultural que é, a PIN visa promover a joalharia contemporânea, acionando numa base colectiva a troca de informação e de experiências, a realização de projetos teóricos e práticos no âmbito das artes, com especial enfoque na joalharia.

A PIN prende-se com a promoção de workshops, ações de formação e outras atividades de carácter pedagógico relacionadas com a arte e a joalharia contemporâneas, com a organização de encontros, debates, seminários, residências artísticas, exposições e outras iniciativas de carácter cultural, nacional e internacional, dos quais se destaca, desde 2021, a Bienal de Joalharia Contemporânea de Lisboa.


No cerne daquilo que é a divulgação das suas ações, a PIN quer também fixar novos públicos para a joalharia contemporânea, e quer igualmente firmar e promover parcerias e projetos de intercâmbio, particularmente através de redes nacionais e internacionais de âmbito cultural e artístico.

DIREÇÃO PIN: Presidente—Marta Costa Reis / Secretária—Márcia Cirne / Tesoureira—Eugénia Quartin / Presidente da Assembleia Geral—Madalena Braz Teixeira


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